quinta-feira, 29 de maio de 2008

Minha fase "mamãe-tenho-80-anos"


Estou numa fase completamente nostálgica, não pelo que vivi mas pelo que não vivi há 70 anos. O primeiro sintoma, leitor, é fácil identificar: você já não reconhece as músicas pops da rádio. Não satisfeito, cantarola Billie Holiday, Nina Simone e Frankie (o Sinatra) pelas ruelas de sua cidade. Sem o chacoalho das ancas pois não quer se passar por fácil demais aos pãezinhos da cidade. O segundo sintoma são os filmes. Ah, esses benditos colorem, ou melhor, tiram o colorido de suas tardes (e de sua TV).

Enfim, adquiri um box da Bette Davis (que não inclui A Malvada, vou logo adiantar). Decidi assistir o primeiro pois ia passar um filme de faroeste no TCM, e este é o único canal que estou assistindo no momento, com direito a I Love Lucy de madrugada. Como seria uma tarde longa, sem muitos afazeres, escolhi o com maior tempo de duração: 2h 30 min. Então aguardei a saída triunfal de minha irmã ao estágio e ocupei sua sala como um Hitler em qualquer país europeu.

Atenção, o filme já vai começar. Warner Bros Pictures tem o prazer de apresentar A Vaidosa (Mr. Skeffington), de Vincent Sherman. Uma mulher rica e desejada (Bette Davis, obviamente), um primo conselheiro, um irmão desajustado, vários pretendentes e oh! O Sr. Skeffington. Vou tentar resumir o filme: Fanny (a tal mulher desejada e Bette Davis) é extremamente vaidosa e mora com seu irmão, que rouba da empresa do Sr. Skeffington. Ela, com a esperança de dar um futuro melhor a ele, casa-se com o ricaço. O sábio George gosta muito do cavalheiro com a esperança de que os intrusos que pedem a mão de Fanny em casamento sumam da mansão. Que nada! Eles continuam a perturbar a residência. A vaidosa e o sr. Skeffington têm uma filha, a Fanny Filha.

No entanto, a garotinha não nasceu com a beleza da mãe. Fanny-mãe continua dando trabalho ao marido com as propostas de casamento. Neste meio tempo, o irmão dela morre na guerra e ela passa a culpar o ricaço pelo ocorrido. Assim, o rejeita de tudo quanto é forma e ele parte em busca de aventuras amorosas. Quando ela descobre, se separa do bondoso, porém danado sr. Skeffington e este parte em rumo de suas origens judias na Europa durante a temida Segunda Guerra Mundial.

Não deu outra: acabou em um campo de concentração e Fanny-mãe com uma difteria. Dessa forma, ela perde sua beleza (palmas para a maquiagem que realmente envelheceu Bette Davis em uns cinquenta anos depois de deixá-la mais bonita que a Imperatriz Sissi) e seus pretendentes. Acaba humilhada por sua filha casar com o rapaz mais jovem que ela estava envolvida antes da doença. Sozinha, recebe a surpresa visita do sr. Skeffington e (pasmem!!) ele está cego.

George, o primo conselheiro, termina o filme com a abstração que todos poderiam ter: Para ele, ela continuará sempre linda. Assim, a corneta anuncia o The End da história. O filme é extremamente interessante, seja pelos recursos técnicos usados ou mesmo a trama envolvente. Uma ótima pedida para os admiradores dos clássicos.
Foto: videodetective.com

domingo, 25 de maio de 2008

Qualquer semelhança é mera coincidência?



O título é realmente uma pergunta. E explico: com um tempo de sobra, assistir filmes clássicos dublados no TCM às 14 horas virou religião. E na última sexta me deparei com Judy Garland em A Noiva Desconhecida, de Robert Z. Leonard. No começo, confesso que achei tudo normal. Tropeços com um rapaz no meio da rua é até engraçado. Mas o filme me pareceu familar quando cartas foram se tornando peças fundamentais no filme. Daí a Garland pedir um emprego na loja do mesmo rapaz, relacionei logo a um filme que assisti há pouco tempo: A Loja da Esquina, de Ernest Lubitsch.


Posso até ser uma completa desinformada, mas foi uma descoberta fenomenal que A Noiva Desconhecida também serviu de inspiração para Mensagem para Você, o clássico romântico de Nora Ephron. No final do filme, já fiquei cansada dessa história batidinha de um casal se amar por meio de cartas e se odiarem na "vida real". E é uma daquelas situações de comédias românticas que afastam quem os assistem pelo simples fato de ser uma situação completamente distante do real.


Não estou dizendo que a maior parte das comédias românticas são fáceis de acontecer com qualquer homo-sapiens, mas é o tipo de filme que suga, principalmente o público feminino, para uma outra dimensão, aonde todos se amam e os finais são sempre felizes. Sim, os três filmes já citados têm seu final feliz e todos se amam. Mas é MUITA coincidência para uma vida só. Então, amiga, se isso acontecer com você, cai matando pois é uma história de um em zilhões.


Deixo o espaço dos comentários para relatos reais do fato. Estou totalmente incrédula.